"Vai ter que amar a liberdade, só vai cantar em TOM MAIOR, vai ter a felicidade de ver um Brasil melhor..." (Tom Maior - Martinho da Vila)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Lamento da Cuíca !

A vida nos prega cada peça, tantas surpresas são impostas em nossas vidas que já éramos pra estar acostumados com essas pegadinhas, mas como se acostumar? A vida perde totalmente a graça! Perda... Sentimento que nunca nos é aprazível, como se habituar a perda?
Perda... Sentimento que toma conta de corações fragilizados, que nos deixa sem chão, que nos deixa saudades. 

O mundo do samba sofre a perda de um mestre, Ovídio Brito nos deixa sorrindo como se dissesse: “Está tudo bem...”.
 

Tive a chance de ver Ovídio Brito em ação tocando sua cuíca lindamente pela última vez como sempre fez e o melhor de tudo, tocando feliz, com um sorriso que teimava em ficar estampado em seu rosto, a roda de samba foi um sucesso, o Renascença Clube lotado, Deus me deu a oportunidade de dizer que era fã dele nesse dia e de ouvir ele dizer: “Obrigado menina”e  ver o sorriso que teimava aparecer em seu rosto.

Não sei bem o que escrever, muito menos o que pensar disso tudo, só sei que também sinto a perda, sinto um vazio, sinto um lamento como se uma cuíca chorasse dentro de mim.

Vou parar por aqui porque não há como descreve o que sinto, palavras não seriam justas, mas deixo um agradecimento a este mestre que tanto enriqueceu nosso samba e nos mostrou como o choro, o lamento de uma cuíca é tão lindo!
 
 Obrigada Ovídio...Vá em Paz!
 
* “A morte pra mim não é a despedida porque a morte é a vida que se faz continuar...” (Clara Nunes - Aluísio Machado - Ovídio Bessa)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Lamento da Cuíca !


A vida nos prega cada peça, tantas surpresas são impostas em nossas vidas que já éramos pra estar acostumados com essas pegadinhas, mas como se acostumar? A vida perde totalmente a graça! Perda... Sentimento que nunca nos é aprazível, como se habituar a perda?
Perda... Sentimento que toma conta de corações fragilizados, que nos deixa sem chão, que nos deixa saudades. 

O mundo do samba sofre a perda de um mestre, Ovídio Brito nos deixa sorrindo como se dissesse: “Está tudo bem...”.
 
Tive a chance de ver Ovídio Brito em ação tocando sua cuíca lindamente pela última vez como sempre fez e o melhor de tudo, tocando feliz, com um sorriso que teimava em ficar estampado em seu rosto, a roda de samba foi um sucesso, o Renascença Clube lotado, Deus me deu a oportunidade de dizer que era fã dele nesse dia e de ouvir ele dizer: “Obrigado menina”e  ver o sorriso que teimava aparecer em seu rosto.

Não sei bem o que escrever, muito menos o que pensar disso tudo, só sei que também sinto a perda, sinto um vazio, sinto um lamento como se uma cuíca chorasse dentro de mim.


Vou parar por aqui porque não há como descreve o que sinto, palavras não seriam justas, mas deixo um agradecimento a este mestre que tanto enriqueceu nosso samba e nos mostrou como o choro, o lamento de uma cuíca é tão lindo!



Obrigada Ovídio...Vá em Paz!
* “A morte pra mim não é a despedida porque a morte é a vida que se faz continuar...” (Clara Nunes - Aluísio Machado - Ovídio Bessa)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Saudosismo


Hoje acordei com vontade de ouvir aqueles sambas bonitos, com composições que hoje em dia é difícil de achar. Embarcando na onda desse saudosismo resolvi desenterrar os LP’s que guardo com tanto carinho em uma parte do meu armário, ali sim eu acharia aquelas composições que eu buscava. Em uma tentativa desesperançada tentei fazer com que funcionasse o toca-discos aqui de casa, óbvio foi inútil! Frustrada me rendi aos meus CD’s que não me deixaram a desejar porque graças a Deus modesta parte eu tenho bom gosto. Foi então que ouvindo o CD “História do Samba – Portela” começou a tocar a música “O Quitandeiro”, nesta faixa um senhor contava a história dessa música, dizia ele que por volta de do ano de 1932 um colega dele (Chocolate) fazia aniversário, e o Paulo da Portela reuniu a rapaziada para dar um pulo na casa do Chocolate, mas disse que precisava ir cantando alguma coisa em referência ao aniversário, foi então que ele improvisou: “Quitandeiro leva cheiro e tomate na casa do Chocolate que hoje vai ter macarrão...”. Achei incrível constar um relato desse tipo em um CD e pensei: “Poxa, quem dera existir nos CD’s esse tipo de relato.” Eu não digo nem a nível de ser gravado como áudio antes da música como nesse CD, digo em relação á ser impresso no encarte.

Foi aí que bateu o saudosismo mais uma vez, lembrei que nos LP’s existiam textos explicativos em cada música, onde neles eram destacados o ano em que a música foi feita, em que situação ela foi composta e uma das coisas que eu gosto muito, nesses textos exaltavam os instrumentistas que naquela música davam um show a parte.
Tá certo que quando eu tinha meus 12 anos de idade o LP já estava sendo extinto e surgia o mercado uma nova mídia, o “CD”, mas eu curtia (curto) tanto o LP que eu me lembro que nem me importava muito com o CD, quando comecei a me ligar nessa mídia, lembro-me de ter procurado em seu encarte essas tais descrições que continha no LP, e vou ti falar a verdade... Decepcionei-me um pouco! Com o passar do tempo fui me acomodando e deixando de lado os LP’s que já estavam ficando escassos e nem se conseguia mais achar a tal “agulha” para se colocar no braço do toca-discos. Fui me rendendo ao CD que era uma mídia melhor, não precisar mudar de lado para se ouvir as outras faixas (confesso que essa parte era um saco, rsrs) e você ainda pode guardá-lo dentro de uma bolsa, mochila, o que era difícil fazer com um LP devido ao seu tamanho.

Hoje com toda essa modernidade que nos é imposta, ainda sinto saudades dos bons e velhos LP’s, sei que há melhores meios de mídia, isso não é dúvida para ninguém, mas sinto que o LP de uma forma “antiquada”(pois não há nada mais antiquado que um LP) nos aproximava do artista, nos deixava a par da situação das gravações, lembro que em certos LP’s constava até agradecimentos á faxineira que limpava a bagunça no estúdio,rsrs. Tudo bem... Vocês podem me dizer: “Ah mais existe o “Youtube” que ti aproxima do artista também”. Ok é uma forma de aproximação muuuito eficaz, realmente você vê o artista cantando em um show ou em uma forma acústica possibilita uma aproximação Ídolo x Fã enorme, mas dificilmente você vê nos vídeos o artista contando como foi o processo de composição de tal música, conseguimos saber algumas coisas nos extras dos DVD’s, porém, é muito raro, normalmente você vê mais o Back Stage do que a “contação” mesmo de tudo.

Hoje tive o prazer de pegar um LP do Zeca e ler como ele compôs “S.P. C”, “Se Eu For Falar de Tristeza”, vi no LP da Jovelina como ela fez no ônibus a música “É Isso Que Eu Mereço” e tantos outros artistas com suas formas curiosas de compor... É disso que eu tento falar aqui, a essência, a particularidade de tudo parece-me estar sintetizado nesses encartes amarelados com o tempo. Agora pense comigo, não seria bom ter essas informações nos encartes dos CD’s? Mesmo colando as músicas em meu mp3 ou em meu ipod e escuta-las nas conduções, eu pelo menos sentiria o prazer de chegar em casa, botar o CD pra tocar e abrir o encarte e lê em que ano tal música foi criada, em que circunstância... Eu como consumidora ficaria muito grata com isso tudo.

Mas enquanto isso ainda não é possível, nem sei se um dia haverá de ser, me contento com meus LP’s que muito me honra em dizer estão em ótimo estado, tá certo com as páginas amareladas com o tempo, mas me causando ainda a mesma alegria e prazer de quando eu tinha meus 12 anos de idade. 


terça-feira, 21 de setembro de 2010

♪ "Felicidade, sensação de liberdade... nessa louca cidade" ♫


Sabe quando você fica ansiosa esperando tanto por uma coisa e quando chega à hora de realizá-lo não sabe muito bem como vai agir? Pois é... Minha ansiedade durou especificamente dois meses e quando chegou o dia, estava nervosa e que nem “pintinho no lixo”. O motivo? Ana Costa.

A culpada

O dia 18/09 amanheceu meio sombrio, chovendo, frio... Fiquei meio cismada, mas não me deixei abater, no meio daquele frio todo aquecia meu corpo escutando bons sambas... Uma forma de “Pré-Night”, um “esquenta” para o que me aguardava mais tarde.

A hora demorava a passar, resolvi dormir pra adiantar o serviço do relógio, acordei e fui logo pra porta vê se estava chovendo e São Pedro atendeu minhas preces e deu uma trégua...Comecei a me arrumar e sai com minha mãe rumo á Lapa. Gosto de leva-la junto, é bom para ela espairecer e afastar aqueles fantasmas chamado problemas.

Encontrei com uma amiga (Midóri) que havia marcado de irmos juntas e fizemos hora na porta do Bar Carioca da Gema, iniciamos a fila e 10 min depois já havia mais de 15 pessoas atrás da gente. Turistas que passavam ficavam se perguntando o porquê da fila, dois deles me perguntaram o que tinha lá dentro. Eu respondi: “Ana Costa”. A resposta: “É bom?” Eu: “Ta brincando? É ótimo! Uma grande cantora, tem 2 CD’s lançados. E se não fosse bom a fila não estaria desse tamanho né? (risos)”. O turista riu e foi pra fila.

Ao entrar no bar sentamos em uma mesa onde já havia uma pessoa, ela me perguntou se éramos parentes da Ana, respondi que éramos fãs, ela sorriu e seguida do sorriso veio vários assuntos e mais sorrisos e mais assuntos, um papo alto astral. Uma banda já começava a tocar, de repente ela levanta e fala: “Vou lá...” quando nos damos conta ela sobe no palco e começa a cantar (risos). Quem era a cantora? Janaína Moreno... Talentosíssima, linda voz, tinha um repertório impecável que ia de Cartola á João Bosco, fiquei fã de cara. Quando voltou, comentei que foi uma grata surpresa vê-la cantar e em seguida já estávamos querendo que uma adicionasse a outra nas redes sócias, gente boa essa Janaína! Ficamos ali sentadas bebendo e conversando, porém, meu pescoço não teimava em fazer um movimento repetitivo, virava-se pra trás toda hora em direção a porta e como se estivesse lendo minha apreensão a Janaína diz: “Nossa cantora ta demorando né?”, concordo com ela e alguns minutos depois o time de craque que acompanha Ana entra e começa a afinar seus instrumentos, nesse momento a ansiedade cresce e percebo que está chegando a hora.

Uma outra amiga minha (Bianca) chega para completar a alegria da noite. Minutos depois escuto, “Olha ela aí !”.Já era... a arritmia cardíaca já estava descontrolada em meu peito (risos). Ana cumprimenta algumas pessoas, viro-me pra ela, ela me olha, demora um pouco pra me reconhecer (acho que foi o cabelo, (risos)), me identifico dizendo que sou a “Tati”, ela abre um sorrisão e diz: “Oiii Tatiii”. Pronto... A (re)conheci no primeiro abraço, percebi que não era um engano tudo que ela demonstrava ser nesses meses todos que nos comunicamos virtualmente, foi ali naquele abraço, encostando coração com coração que vi que era sincero o carinho e o melhor de tudo era recíproco, o nervosismo do início de não saber o que falar havia se esvaído e no seu lugar só habitava a alegria. Nos intervalos de suas apresentações sempre que dava atenciosamente ela ia falar comigo, o resto vocês podem deduzir... Eu = Pintinho no lixo!
 
A noite foi perfeita regada de samba de qualidade comandada por uma natural e linda voz, talento de sobra e presença de palco incrível. Pedir mais o que há Deus? Só agradecer, agradecer e agradecer, á ele e a Ana.

A felicidade estampada em meu rosto

Tentar definir como foi esse dia é chover no molhado, existe definição para PERFEIÇÃO!?


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Livres na FÉ !!!!

Como tudo que você almeja ter nessa vida se consegue com muita luta, então vamos lá pra mais uma...
Minha luta especificamente esse mês de Setembro é a favor da LIBERDADE RELIGIOSA, travo uma batalha contra os preconceituosos que se opõem a um simples direito que nos é garantido na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Não devemos ser vigilante a isso somente nesse mês, mas sim todos os dias, dou ênfase a esse mês porque no dia 19 acontece em Copacabana a 3º caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa. Em pleno século XXI nos vemos de frente com essa necessidade, necessidade de sair as rua e fazer falar mais alto a nossa vontade de querer ser-mos livres, livres na cor, livres no jeito de amar, livres no jeito de se expressar, livres na FÉ!
Não entendo o porquê dessas discriminações em relação as religiões se no final o objetivo é sempre o mesmo, é crescermos espiritualmente, nos evoluirmos como seres humanos, praticar o bem sem olhar a quem e respeitar sempre o nosso próximo. Infelizmente este último, “respeitar o próximo”, não é feito, não há respeito quando se há discriminação a religião de um indivíduo.
Levanto aqui a bandeira em apoio a LIBERDADE RELIGIOSA e convoco vocês que se importam com esta causa e não toleram preconceito a se uniram a mim e a outras tantas pessoas que estão nessa luta.




Dia 19 de Setembro: Católicos, Evangélicos, Budistas, Mulçumanos, Espíritas, Candomblécistas, Umbandistas, Judeus e tantas outras religiões se unem... Sou a favor de um mundo mais justo, eu não vou ficar de fora! Você vai?
 

domingo, 29 de agosto de 2010

Martinho José Ferreira


“Quem quiser saber meu nome não precisa perguntar sou Martinho lá da Vila partideiro devagar...” (Quem É do Mar Não Enjoa – Martinho da Vila).

Desde pequena sempre ouvi de tudo, na minha casa nunca existiu um tabu em relação á música, entendíamos que aquilo era arte e como a arte em minha família sempre foi bem vinda, vocês já viram o resultado né? Sou fanática por música... Escuto de tudo sem preconceito, mas é claro que tem sons que agradam mais os meus ouvidos.

Não é novidade pra ninguém e todos sabem que o SAMBA faz pulsar mais forte o meu coração, faz com que me arrepie de verdade (acho isso impressionante) e faz com que me apaixone mais e mais por este gênero musical.

Sempre digo que conheci o samba por Martinho da Vila que sou uma grande fã, desde criança ouvia meu pai cantarolar as músicas desse mestre e aprendi com ele e com Martinho a gostar dessa arte.

Meu pai cantava bastante as músicas da Velha Guarda da Vila Isabel e do álbum do Martinho chamado “Tendinha” (em minha opinião um dos melhores), aí pronto... Tomei gosto pela coisa. Hoje não vejo minha vida sem o samba e muito menos sem o Martinho da Vila é claro!

Meu respeito e admiração por este sambista só cresce, o que dizer de suas composições como: “Meu Laiaraiá”, “Tom Maior”, “O Pequeno Burguês”, ‘Amor Não é brinquedo” e tantas outras... já fizeram um documentário sobre a sua vida, é um dos maiores vendedores de disco no Brasil, sendo o primeiro sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias com o CD “Tá Delícia, Tá Gostoso” lançado em 1995, é escritor, já lançou 10 livros tratando de temas como religião, política e claro, música, está sempre envolvido em causas sociais, ele tem seu instituto o ICMV (Instituto Cultural Martinho da Vila) e o principal (pelo menos pra mim), foi a ponte entre Brasil X África fazendo a interseção entre as nossas culturas, levando nossos artistas pra lá e trazendo artistas africanos pra cá. Não há como escrever a importância de Martinho em um blog, o certo seria um livro!

Pra quem não conhece muito sobre esse grande artista, aconselho fazer uma visita ao seu site, lá você pode apreciar o seu trabalho, ver seus livros e a ampla discografia desse gênio.

P.S: Não deixem de ver no site a parte destinada a “Negritude”.


Site Martinho da Vila >> http://www.martinhodavila.com.br/ << 


** Eu não ia comentar agora sobre o Martinho da Vila, tinha a intenção de falar sobre composições, sobre a importância dos músicos, mas como falar disso sem se desvincular de Martinho?Não seria ele um grande músico? Um grande compositor?
Sua interferência é tanta em minha vida que o nome desse blog se chama “Tom Maior”, não fiz propositalmente mas quando vi, o nome já estava pronto e então percebi que as letras de Martinho e a minha vida se entrelaçam.


Salve Martinho da Vila!